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Pesquisadores da UFC criam um novo tipo de cimento mais sustentável, a base de resíduos de siderúrgica

A produção de cimento no mundo avançou muito rapidamente nas últimas décadas, transformando-se na terceira maior fonte de emissões de gás carbônico pelo ser humano, atrás apenas da queima de combustíveis fósseis e do uso inadequado da terra, como com queimadas, por exemplo. 

Nos laboratórios da Universidade Federal do Ceará, a pesquisadora Heloina Nogueira da Costa utilizou resíduos da siderúrgica e da termelétrica presentes no Complexo do Pecém para desenvolver um novo cimento álcali-ativado durante sua pesquisa de doutorado. Esse tipo de cimento é um ligante com propriedades semelhantes ao cimento Portland, mas cuja produção reduz significativamente a geração de gás carbônico.

O material pode tanto ser usado para desenvolver produtos que exijam menores resistências mecânicas, argamassa, por exemplo, como para aqueles que demandem altas resistências, como o concreto. A partir dessa constatação, o novo cimento transformou-se na matéria-prima para produtos pré-moldados para a construção civil. Entre as aplicações estão blocos vazados, como cobogós, blocos de vedação ou ainda blocos estruturais, de concreto.

Cimentos do tipo álcali-ativado já são usados em alguns países da Ásia, Europa e América, mas de forma limitada. Eles ainda precisam vencer barreiras como análise do tempo de vida útil, preço e regulamentação de sua produção para se popularizar no mercado da construção. Por outro lado, são uma alternativa ao reúso de materiais e chegam a reduzir a emissão de carbono em até 80%.

No caso do cimento desenvolvido pelos pesquisadores da UFC, a avaliação econômica ainda será realizada, mas já se sabe que seu grande trunfo é a sustentabilidade. “Já vemos na construção civil as empresas em busca de certificação ambiental. Elas estão dispostas a pagar um pouco mais caro para obter um produto com menos impacto ambiental”, diz a Profª Heloina.

Fonte: Agência UFC 

Saiba mais: Pesquisadores da UFC desenvolvem novo tipo de cimento, mais sustentável, a partir de resíduos de siderúrgica