Área do cabeçalho

Pesquisadores da UFC estudam impacto de longo prazo dos biocarvões no solo

Como garantir que uma tecnologia promissora não acabe se transformando em problema ambiental de longo prazo? Como manter os benefícios dessa inovação ao longo do tempo? Pesquisadores dos departamentos de Física e de Ciências do Solo da Universidade Federal do Ceará e do Departamento de Química da Universidade Estadual de Londrina (UEL) estão estudando os efeitos de longo prazo dos biocarvões, material que tem grande potencial para aumentar a qualidade e a produtividade dos solos a partir de diversas biomassas.

Os biocarvões são produzidos a partir da queima controlada, com baixo oxigênio, de diversas biomassas, como bagaço da cana-de-açúcar ou palha do arroz. Eles possuem uma estrutura porosa e rica em carbono, que funciona como uma “esponja” de água e nutrientes, capaz de aumentar a produtividade da agricultura e do pasto e de ajudar na recuperação de terrenos degradados. Por isso, são vistos como uma das principais promessas científicas no campo do meio ambiente e da agricultura, que sofre pressões constantes pelo aumento de produção.

O novo trabalho é um desdobramento de estudos que vêm sendo tocados de forma multidisciplinar em várias frentes. Além do biocarvão do bagaço do caju, os pesquisadores estão conduzindo um trabalho, ainda em andamento, para produzir e caracterizar material semelhante a partir do lodo do esgoto.

O biocarvão já foi produzido e instalado em experimentos com milho em casa de vegetação, estruturas cobertas com materiais transparentes que permitem a passagem de luz para crescimento e desenvolvimento de plantas. Os cientistas agora analisam seus efeitos no solo e nas plantas para verificar se ele exerceu efeito positivo.

No caso de material produzido a partir do bagaço do caju, os pesquisadores estão realizando experimentos agronômicos para avaliar seus efeitos em aspectos físicos, químicos e microbiológicos de solos degradados do município de Irauçuba, região que está passando por um processo de desertificação.

Fonte: Agência UFC

Uma matéria de: Erick Guimarães

Saiba mais: Pesquisadores da UFC estudam impacto de longo prazo dos biocarvões no solo