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Estudo comprova benefícios do exercício físico para pessoas com doença pulmonar obstrutiva crônica

Pessoas com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), em geral, não toleram fazer exercícios físicos – o cansaço, a falta de ar constante e a fraqueza muscular associados à condição são fatores que, muitas vezes, desestimulam a prática rotineira de atividades físicas.

Sua principal característica é a limitação do fluxo aéreo pulmonar, associada a uma resposta inflamatória anormal à inalação de partículas ou gases nocivos (especialmente vindos do cigarro). Isso se reflete justamente na redução da aptidão física, gerando prejuízo das atividades laborais e da vida diária. Por isso, a doença é considerada uma das principais causas de morte e de incapacidade física no mundo.

O exercício regular, no entanto, é considerado a conduta mais efetiva na reabilitação pulmonar desses pacientes. Agora, um novo estudo brasileiro, coordenado pela professora Fernanda Degobbi Lopes e apoiado pela FAPESP, ressalta os benefícios do exercício físico também na resposta imune das pessoas com DPOC grave, mostrando diminuição dos fatores inflamatórios, maior ganho de massa muscular, diminuição da dispneia e melhora da qualidade de vida dessas pessoas.

O efeito anti-inflamatório do treinamento físico é bem estabelecido em adultos saudáveis: a atividade física suprime a inflamação sistêmica por meio da liberação muscular local de miocinas (proteínas produzidas pelos músculos quando contraídos), responsáveis pelo aumento da interleucina 10, por exemplo. Em pessoas com DPOC, o treinamento físico é fundamental para a reabilitação pulmonar, mas ainda não se conhecia o mecanismo envolvido na resposta imune anti-inflamatória.

Para chegar à conclusão, a equipe avaliou 20 pessoas com DPOC grave, que tinham entre 50 e 80 anos, estavam sob tratamento médico, clinicamente estáveis (pelo menos 30 dias sem exacerbação) e eram fisicamente inativas. Elas foram divididas em dois grupos: o grupo exercícios físicos e o grupo-controle.

O programa de treinamento no grupo de exercícios foi realizado em 24 sessões, três vezes por semana, com cada sessão durando uma hora. As sessões foram divididas em exercícios aeróbicos (teste de esteira) e treinamento de resistência (musculação), supervisionados por um fisioterapeuta.

Após esse período de treinos, o grupo que fez exercícios apresentou um aumento nas células Treg “ativadas”, ou seja, com capacidade de efetuar a ação anti-inflamatória, concomitantemente com uma redução nas células Th17 (pró-inflamatórias). Além disso, o grupo ativo também apresentou melhora na força muscular e diminuição da dispneia (falta de ar).

Fonte: Agência FAPESP

Uma matéria de: Fernada Bassette

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