Pesquisadores brasileiros criam curativo sustentável a partir de resíduo da indústria pesqueira
Um curativo que pode ser produzido localmente, à base de materiais sustentáveis e com potencial de acelerar a cicatrização foi desenvolvido por pesquisadores da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e UFLA (Universidade Federal de Lavras). A invenção desponta como alternativa às bandagens importadas utilizadas no Sistema Único de Saúde (SUS), cuja dependência encarece o tratamento e torna o sistema mais vulnerável a crises globais de abastecimento. O estudo foi publicado na revista Materials Research.
Batizado de CH50BGF, o curativo foi desenvolvido em formato de espuma e combina quitosana — polímero natural derivado de resíduos da indústria pesqueira — com micropartículas de vidro bioativo, material cerâmico já usado em aplicações biomédicas.
De acordo com o estudo, além de favorecer a produção sustentável e local, a combinação proporciona alta capacidade de absorção de exsudatos (líquidos liberados por feridas) e promove a cicatrização. Nos testes laboratoriais, o CH50BGF demonstrou capacidade de absorção de líquidos de até 160% em 24 horas, desempenho superior a muitos curativos comerciais. A tecnologia também pode ser personalizada para diferentes níveis de secreção, como em queimaduras de terceiro grau ou lesões por pressão.
A quitosana atua como antimicrobiano natural, mantendo a umidade ideal para a regeneração do tecido e inibindo infecções, enquanto o vidro bioativo libera íons que estimulam a formação de novos vasos sanguíneos e a produção de colágeno, acelerando o fechamento da ferida.
Fonte: Agência Bori
Saiba mais: Pesquisadores brasileiros criam curativo sustentável a partir de resíduo da indústria pesqueira