Pesquisa identifica mecanismo relacionado com gravidade de casos de Covid-19
Por que alguns pacientes de Covid-19 apresentam sintomas mais severos do que outros? Essa pergunta intriga a comunidade científica há cinco anos, quando a pandemia causada pelo vírus Sars-CoV-2 foi declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Embora a resposta ainda não esteja totalmente definida, uma pesquisa liderada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e publicada na revista científica BMC Infectious Diseases apresenta mais um elemento para solucionar o enigma, abrindo portas para o desenvolvimento de novas terapias e estratégias para prever casos graves da doença.
Analisando amostras de sangue de pacientes internados com Covid-19, o estudo detectou correlação entre a gravidade da doença e a desregulação do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) — um conjunto de proteínas, enzimas e outros mecanismos que regula a pressão arterial e a resposta inflamatória do corpo. Entre outros dados, as análises identificaram expressão reduzida de proteínas que atuam como receptores do sistema SRAA em pacientes idosos e com comorbidades, como diabetes e hipertensão arterial, que desenvolveram quadros mais graves de Covid-19, com maior taxa de mortalidade.
O trabalho foi realizado por pesquisadoras do Laboratório de Aids e Imunologia Molecular e do Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical do IOC, com parceria do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz). Segundo as autoras, os resultados ampliam as evidências sobre o papel central dos receptores do sistema SRAA na evolução da Covid-19.
“Já sabíamos que um receptor do sistema SRAA estava diretamente envolvido na infecção pelo SARS-CoV-2. Uma proteína desse grupo, chamada ACE2, participa do mecanismo de entrada do vírus nas células. O patógeno se liga a esse receptor para invadir e infectar o organismo”
Thais Fernandes, biomética mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical do IOC.
Fonte: Agência Fiocruz de Notícias
Uma matéria de: Yuri Neri
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