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Estudo propõe abordagem integrada para combater desnutrição, obesidade e crise climática

A alimentação está profundamente conectada a três desafios globais: obesidade, desnutrição e mudanças climáticas. Apesar de frequentemente tratados de forma separada, esses problemas estão interligados e formam a chamada sindemia global. Publicado na revista científica International Journal of Environmental Research and Public Health, um estudo propõe um modelo conceitual inédito que ilustra as conexões dos elementos da sindemia desde o nível individual, como hábitos e condições de saúde, até questões estruturais, como renda e acesso a alimentos, além de impactos ambientais, como a emissão de gases de efeito estufa na produção de alimentos.

A pesquisa foi conduzida por cientistas das universidades de São Paulo (USP), Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), de Michigan (EUA) e Técnica da Dinamarca. Para entender as relações entre os temas, a equipe realizou uma revisão de escopo, com consulta a pesquisas científicas já existentes sobre os temas, a partir de 11 mil artigos. Porém, apenas 12 preencheram os critérios de abordar pelo menos dois dos três componentes da sindemia (obesidade, desnutrição e clima) em relação ao consumo alimentar. A partir deles, foi possível mapear as relações mais exploradas e revelar limitações de conhecimento na área. Nenhum artigo, por exemplo, tratou simultaneamente de desnutrição e mudanças climáticas no âmbito da alimentação.

Porém, conforme o artigo, é fundamental entender o impacto das mudanças climáticas no consumo de alimentos. Com a escassez de alimentos naturais provocada por efeitos das mudanças climáticas, como inundações ou secas, cresce a procura por ultraprocessados, produtos como macarrão instantâneo e biscoitos recheados, que têm a data de validade estendida e podem ser armazenados por mais tempo. Esses itens contribuem com o impacto ambiental, além de estarem associados ao risco aumentado da obesidade e de outras doenças crônicas.

Fonte: Agência Bori

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