Idosos enfrentam altas taxas de quedas e medo constante, indica pesquisa em UBS
Enquanto estudos internacionais mostram que 26,5% dos idosos caem pelo menos uma vez, a prevalência entre idosos atendidos em uma UBS de São Paulo chega a 63%. O medo de cair também é generalizado: nove em cada dez relataram viver com receio constante, segundo estudo que acaba de ser publicado na Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
Pesquisadores da Faculdade de Medicina de Itajubá (MG) e do Centro Universitário Ages (BA) avaliaram as condições de 400 idosos na Atenção Primária à Saúde e constataram que 20% dos participantes caíram no último ano. A análise revelou ainda que ser mulher, ter percepção negativa da própria saúde, internações recentes e baixa cognição elevam significativamente o risco de quedas, enquanto menor idade oferece maior proteção.
Além de medir a prevalência de quedas, o levantamento avaliou simultaneamente o medo de cair, permitindo identificar como ambos os cenários se retroalimentam e quais fatores são modificáveis no nível da UBS.
“Essa combinação de amostra representativa da comunidade, abordagem integral do idoso e método estatístico robusto torna o estudo particularmente útil para orientar intervenções de saúde pública focadas na realidade brasileira”
Luciano Magalhães Vitorino, professor de medicina da Faculdade de Medicina de Itajubá, pesquisador em geriatria e gerontologia, e coordenador do estudo
Embora seja esperado que o risco de quedas aumente com a idade, os resultados chamaram a atenção: enquanto uma revisão sistemática com meta-análise de 104 estudos, envolvendo 36,7 milhões de idosos, apontou prevalência global de 26,5%, a taxa encontrada entre os idosos brasileiros foi mais que o dobro desse índice.
“Ainda mais preocupante é que nove em cada dez participantes admitiram o medo de cair, sentimento que age como um ‘freio de mão’ para evitar novos acidentes, reduzindo as saídas de casa, a convivência social e a prática regular de atividades físicas”, revela Luciano Vitorino. O pesquisador destaca que esse encolhimento do cotidiano aprofunda o isolamento, a solidão e a piora da saúde mental, além de enfraquecer músculos, comprometer a função pulmonar e aumentar o risco cardiovascular.
Fonte: Agência Bori
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