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Hepatites: teste molecular inovador visa resultado em 30 minutos

O Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais (28/7) chama atenção para as infecções do fígado causadas por vírus, que podem provocar quadros agudos de inflamação do órgão ou avançar de forma silenciosa, com risco de problemas graves como cirrose e câncer de fígado.  Referência para o diagnóstico das hepatites virais junto ao Ministério da Saúde, o Laboratório de Hepatites Virais do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) desenvolve iniciativas e pesquisas importantes para ampliar o acesso ao diagnóstico e ao tratamento destes agravos, fortalecer a vigilância e compreender o cenário das infecções no Brasil.

Um projeto em andamento busca desenvolver testes moleculares rápidos para hepatites virais, capazes de realizar a detecção do genoma de vírus nas amostras em cerca de 30 minutos. A meta é levar para as unidades de saúde uma etapa de diagnóstico que atualmente precisa ser realizada em laboratório. Integrando pesquisa e assistência, o Laboratório de Hepatites Virais mantém o Ambulatório de Hepatites Virais, no campus da Fiocruz, em Manguinhos, na zona Norte do Rio de Janeiro. O serviço oferece atendimento de referência municipal e estadual para casos agudos de hepatites e infecções em gestantes.

Com financiamento do Ministério da Saúde e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o projeto para desenvolver testes moleculares rápidos para hepatites tem como base uma metodologia que ganhou destaque durante a pandemia de Covid-19.    

Chamada de amplificação isotérmica mediada por loop (RT-Lamp), a técnica facilita a detecção do genoma viral na comparação com a reação em cadeia da polimerase (RT-PCR), considerada como padrão-ouro para esse tipo de exame.  

Resultado colorimétrico: nos casos positivos para hepatite, amostra passa de rosa para amarela no teste de RT-Lamp (Foto: Rudson Amorim, IOC/Fiocruz)

A vantagem da RT-Lamp é realizar a amplificação do genoma em temperatura constante, enquanto na RT-PCR são necessários ciclos de aquecimento e resfriamento. Chefe do Laboratório de Hepatites Virais do IOC/Fiocruz, a virologista Lívia Villar aponta que a RT-Lamp já é usada em testes comerciais para Covid-19, mas ainda não há exames para hepatites baseados na metodologia no Brasil.

Fonte: Agência Fiocruz de Notícias

Uma matéria de: Yuri Neri e Maíra Menezes

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