Novo banco de dados da biodiversidade foca em doenças transmitidas entre animais e pessoas
Zoonoses são doenças ou infecções que podem ser transmitidas entre animais e seres humanos, como a covid-19, gripe aviária e ebola, por exemplo. As informações sobre a amostragem e o diagnóstico laboratorial dos patógenos causadores dessas doenças não estão organizadas em nível nacional, o que dificulta o rastreamento e a medição do risco de transmissão. Para preencher essa lacuna, pesquisadores da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMZV) da USP criaram o Biorrepositório Nacional da Biodiversidade (BionaBio), um banco nacional de dados voltado para a conservação e vigilância de zoonoses.
O projeto começou a ser desenvolvido em 2023, quando sete países decidiram se unir para criar repositório virtual com amostras de fauna de países americanos. Segundo Ricardo Dias, docente da FMVZ e coordenador do BionaBio, este banco de dados buscará atuar de forma ampla: fomentar, melhorar e dar bases para vigilância epidemiológica de patógenos em populações de animais selvagens, além de fornecer informações sobre a biodiversidade brasileira.
O BionaBio pretende, também, ser um espaço de integração entre pesquisadores, instituições, serviços veterinários, curadores de coleções e centros de triagens animais de todo o País. A ideia é estruturar um indexador nacional com amostras de animais que podem servir de reservatórios para patógenos, além de ajudar na preservação das espécies. As informações serão depositadas por parceiros, que podem ceder a utilização dos dados para pesquisadores interessados. “Queremos criar um hub, onde as pessoas possam achar parceiros potenciais”, explica o docente.
Através da análise da rede será possível perceber como ela funciona hoje e como pode ser otimizada. “Não vamos ficar só esperando os dados chegarem, vamos também fomentar a colaboração entre parceiros que não colaboram atualmente”, aponta Dias.
Fonte: Jornal da USP
Uma matéria de: Yasmin Constante
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