Abuso emocional na infância aumenta em seis vezes o risco de depressão pós-parto em mulheres
Sofrer abuso emocional na infância pode ser um forte fator de risco para a depressão pós-parto em mulheres. Esse tipo de trauma pode aumentar em até seis vezes a chance de desenvolver a condição em puérperas. É o que mostra estudo inédito de pesquisadores da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade de Rio Verde (UniRV), em Goiás, e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Os dados estão em artigo publicado na “Revista Latino-Americana de Enfermagem”.
O trabalho avaliou a associação entre a depressão pós-parto e cinco diferentes tipos de trauma na infância sofridos por mulheres: abuso emocional, negligência emocional, abuso físico, negligência física e abuso sexual. A avaliação foi feita em 253 puérperas recrutadas em uma maternidade pública de Rio Verde, em Goiás, com filhos nascidos entre fevereiro e abril de 2022. Ela incluiu também variáveis como o tempo de gestação, status de relacionamento, histórico de diagnóstico de depressão e de abortos.
Esse é o primeiro estudo que relaciona traumas na infância e suas consequências para o puerpério realizado no Brasil, país que tem uma das maiores taxas de abuso infantil do mundo, segundo dados da Sociedade Internacional para a Prevenção do Abuso e Negligência Infantil.
Nas análises, os pesquisadores constataram que as puérperas que vivenciaram abuso emocional na infância demonstraram o maior risco potencial para a depressão pós-parto. Segundo o artigo, esse tipo de abuso é caracterizado por experiências de rejeição, agressão verbal, isolamento ou provocação e pode estar mais fortemente relacionado com o desenvolvimento de depressão em mulheres no puerpério quando comparado com outros tipos de traumas na infância.
Fonte: Agência Bori
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