Área do cabeçalho

Aplicação de bactérias em sementes reduz efeitos do aquecimento global em plantas

Técnica já conhecida e utilizada no meio agrícola brasileiro, principalmente na produção de soja, mostra-se eficaz na redução dos impactos do aquecimento atmosférico nas plantas. É o tratamento de sementes com bactérias promotoras de crescimento vegetal, usado para melhorar funções biológicas como fotossíntese e trocas gasosas.

Publicada na Science of The Total Environment, a descoberta dos benefícios da técnica quanto ao aquecimento global aconteceu durante experimento realizado com gramíneas forrageiras (plantas que servem como alimento animal) no campus da USP em Ribeirão Preto. 

Um dos responsáveis pelo estudo, o pesquisador Eduardo Habermann, do Departamento de Biologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, afirma que a técnica é conhecida por melhorar a qualidade nutricional e a digestão animal das pastagens, mas que esta é a primeira vez que se verificam os efeitos protetores contra o aquecimento atmosférico.

Segundo o pesquisador, a relação entre a redução de impactos prejudiciais do aquecimento e a inoculação de sementes com bactérias se dá por uma série de efeitos, como o maior crescimento das raízes que proporciona às plantas uma melhor absorção de nutrientes e água. “Além disso, a inoculação estimula o sistema antioxidante das plantas, reduzindo o estresse oxidativo que ocorre sob altas temperaturas”, completa.

A utilização das bactérias para o plantio é importante mesmo sem o contexto de maior aquecimento. 

Para o professor do Departamento de Biologia da FFCLRP e líder da equipe de pesquisa Carlos Alberto Martinez y Huaman, “nas condições atuais de temperatura, a simbiose estabelecida entre as plantas e as bactérias promotoras do crescimento vegetal proporciona vantagens, principalmente em relação à fixação do nitrogênio atmosférico, fundamental para o crescimento acelerado, já que o nitrogênio é componente essencial de aminoácidos, proteínas, clorofila e DNA. O resultado será uma planta mais vigorosa e produtiva ainda em situações de estresse hídrico e salinidade”.

Fonte: Jornal da USP

Uma matéria de: Leonardo Ozima

Saiba mais: Aplicação de bactérias em sementes reduz efeitos do aquecimento global em plantas