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Criação de peixes pode abastecer pesca em reservatórios e aumentar oferta de proteína no semiárido

Pesquisa realizada em dois reservatórios do Rio Grande do Norte revela que a piscicultura (criação comercial de peixes em ambientes artificiais) em tanques-rede, realizada num modelo familiar, tem impactos reduzidos sobre os ecossistemas aquáticos, o que não compromete a atividade pesqueira. Sendo assim, o uso simultâneo de piscicultura e pesca podem, sinergicamente, favorecer a cadeia alimentar local.

O trabalho mostra que o uso de tanques-rede em reservatórios do semiárido pode beneficiar a cadeia alimentar local que sustenta a pesca. Isto porque, se os reservatórios têm baixa produção natural de algas, os tanques-rede podem servir como fornecedores de nutrientes para estas algas e consequentemente para a toda teia trófica, potencialmente aumentando a disponibilidade de alimento para espécies predadoras como tucunaré e traíra, as preferidas pelos pescadores.

Muito se discute sobre o conflito entre a criação de peixes em tanques-rede em reservatórios e outras atividades como pesca e abastecimento. A concentração de muitos peixes em pouco espaço produz uma grande quantidade de fezes, além da ração não aproveitada por eles. Isto pode aumentar a decomposição, reduzir o oxigênio e causar a eutrofização, um crescimento elevado de algas e plantas aquáticas em geral, que deteriora a qualidade da água, podendo prejudicar as outras atividades do reservatório.

Os autores ressaltam que, embora as simulações demonstrem que o cultivo de peixes em tanques-rede pode proporcionar uma maior produção pesqueira, há um limiar de entrada positiva de nutrientes e matéria orgânica provenientes da atividade aquícola. “Acima do limite, a atividade pode atuar negativamente, reduzindo a qualidade da água dos reservatórios”, explica o autor principal do estudo, Sávio de Moura, pesquisador da UFMA. O trabalho é fruto de seu doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da UFERSA.

Fonte: Agência Bori

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