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Cuidados da família podem interferir no desenvolvimento da locomoção de bebês

Ainda que pareça um processo comum e previsível, aprender a andar pode depender de fatores que vão muito além dos biológicos, segundo uma pesquisa da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP. O estudo feito por Maylli Daiani Graciosa, sob orientação do professor Edison de Jesus Manoel, analisou o desenvolvimento motor dos bebês a partir da visão epigenética, que considera também a interação com o ambiente. Os resultados mostraram que bebês que brincam com mais frequência no chão aos cinco meses podem começar a se locomover de maneira independente mais cedo. O início do andar independente foi mais tardio para aqueles que, aos nove meses, ficavam frequentemente no berço ou na posição de barriga para cima.

Dar o primeiro passo em algo muitas vezes exige paciência e dedicação, principalmente quando se trata dos bebês. Engatinhando ou se arrastando, os pequenos passam por diversas experiências até conseguirem, finalmente, realizar a locomoção de maneira independente. A epigenética considera que se trata de um processo envolvendo a interação de vários elementos que vão do gene às células, das células aos órgãos, ao sistema nervoso, ao comportamento, ao ambiente físico e ao ambiente social. Na pesquisa, as crianças cujos pais concordavam com a ideia de que o desenvolvimento motor precisa ser estimulado andaram antes do que aquelas cujos pais discordavam dessa ideia.

De acordo com os pesquisadores, o processo de desenvolvimento motor não é determinado isoladamente nem pelos genes, nem pelo meio social, mas pelas relações recíprocas entre todos os elementos. Desta forma, é fundamental investigar como as experiências são construídas pela pessoa em desenvolvimento (os bebês) e as pessoas ao redor (os pais).

Fonte: Jornal da USP

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