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Estudo aponta caminho para aumentar o sucesso das iniciativas de restauração do Cerrado

Números divulgados em janeiro deste ano dão conta de que, enquanto o desmatamento da Amazônia caiu pela metade, o do Cerrado aumentou 43% em 2023. Reportagem publicada pela Agência FAPESP já apontou que o combate ao desmatamento neste bioma é uma necessidade urgente, mas que não basta defender o que ainda existe, é preciso também restaurar.

A restauração apresenta, porém, vários desafios. Um deles é a recorrente reinvasão por gramíneas exóticas. Introduzidas em áreas de pastagem, essas gramíneas se alastram, eliminam espécies nativas e descaracterizam o estrato herbáceo, que constitui a maior reserva de biodiversidade e o sustentáculo de vários serviços ecossistêmicos no Cerrado. Uma vez instaladas, tornam-se muito difíceis de erradicar, mesmo depois de o pasto ter sido abandonado. É o caso das braquiárias, do capim-gordura e do capim-gambá.

Para definir estratégias de resistência à invasão ou reinvasão por gramíneas exóticas, um estudo pioneiro foi realizado no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás.

Nos projetos convencionais de restauração, para eliminar as gramíneas exóticas antes do plantio de espécies nativas, adotam-se estratégias de manejo como a queima controlada do terreno seguida de aragem recorrente durante a estação seca. Esse processo visa extrair estolões e raízes das gramíneas exóticas e matar as mudas recém-germinadas. Contudo, o persistente banco de sementes subterrâneo dessas gramíneas e a constante chegada de sementes do entorno fazem com que as espécies exóticas recolonizem e dominem as áreas restauradas em poucos anos.

Fonte: Agência FAPESP

Uma matéria de: José Tadeu Arantes

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