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Formigas agricultoras fazem ninho de todo tamanho e regeneram o solo

Pequenas agricultoras que cultivam fungos como alimento há milhões de anos, formigas cultivadoras de fungo pertencentes à tribo Attini constroem lares tão diferentes quanto quitinetes e arranha‑céus,  influenciando diretamente a saúde dos solos e o ciclo de nutrientes. Ao radiografar 49 ninhos, pesquisadores acharam desde câmaras solitárias a 30 cm da superfície até túneis com 2,05 m de profundidade que ventilam o solo, reciclam nutrientes e guardam pistas sobre a própria evolução desses insetos‑fazendeiros. O novo estudo foi publicado no Brazilian Journal of Biology.

As formigas, de cinco gêneros diferentes, foram seguidas até as entradas dos ninhos, localizados no campus da Unesp em Rio Claro, São Paulo, Brasil, que foram marcadas e escavadas manualmente, e medidas como largura, profundidade e tamanho das câmaras foram registradas. Operárias e materiais encontrados nas câmaras, como fungos, larvas e pupas, foram levados ao laboratório para observações adicionais.

A arquitetura dos ninhos mostrou-se altamente adaptável, variando conforme a linhagem evolutiva de cada gênero. Estruturas profundas e multi‑câmaras, como as do gênero Trachymyrmex (31 ninhos), aumentam a ventilação natural e aceleram a decomposição da matéria orgânica. Já ninhos superficiais, como os de Cyphomyrmex (4 ninhos) e Mycetarotes (3 ninhos), provocam impactos ambientais mais localizados.

Entender esse espectro ajuda a prever como as formigas responderão a mudanças climáticas, a calibrar práticas de recuperação de solos degradados e até a inspirar projetos de ventilação passiva em obras subterrâneas. Também foram analisados ninhos de Mycocepurus (7) e Myrmicocrypta (4).

Fonte: Agência Bori

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