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IA faz diagnóstico de causa de cegueira na Amazônia a partir de fotos de celular

Uma inteligência artificial capaz de identificar lesões oculares a partir de fotos tiradas com celular mostrou-se eficaz no diagnóstico do pterígio, uma das principais causas de cegueira na Amazônia. O sistema foi treinado para “enxergar” o problema de forma semelhante a como uma criança aprende a reconhecer figuras — analisando muitas imagens até distinguir padrões. Em um estudo piloto conduzido em Barcelos (AM), o modelo identificou corretamente 91% dos casos, segundo pesquisa liderada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e instituições parceiras, publicada nos Arquivos Brasileiros de Oftalmologia.

O diferencial do estudo foi testar a tecnologia em um cenário real e desafiador. Técnicos de enfermagem locais, sem formação prévia em oftalmologia, foram treinados para capturar imagens da superfície dos olhos com um smartphone simples. As fotos foram analisadas por um modelo de deep learning baseado em redes neurais convolucionais.

“A ideia do deep learning é como ensinar uma criança. Você alimenta o sistema com uma série de imagens e mostra o que é um gato e o que é um cachorro, até que uma hora ela aprende. Fizemos o mesmo com as imagens dos olhos”

Diego Casagrande, um dos autores do estudo

O pterígio é uma doença ocular que pode causar perda progressiva da visão, mas tem prevenção e tratamento cirúrgico. O problema é o acesso: em muitas áreas da Amazônia, não há especialistas. Por isso, a tecnologia aparece como uma ferramenta de apoio à triagem. “A IA é um auxílio, não um diagnóstico final, pois a relação médico-paciente é insubstituível. Mas ela nos ajuda a organizar ações controladas para ir até os lugares que mais precisam”, afirma Casagrande.

Fonte: Agência Bori

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