Idade avançada e etnia não branca são fatores associados à gravidade da covid-19 em pessoas com HIV
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz identificaram os fatores que podem agravar a covid-19 em pessoas que também vivem com HIV. Entre eles, estão idade avançada, etnia não branca, o não uso de terapia antirretroviral e baixos níveis de CD4, células que coordenam a resposta do sistema imunológico. Os resultados estão publicados em artigo na “Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical” e indicam que o controle inadequado do HIV é um fator crucial na gravidade da covid-19, o que evidencia a necessidade de garantir acesso universal ao tratamento.
A pesquisa analisou dados de mais de 36 mil casos de coinfecção por HIV e Sars-CoV-2 no Brasil em 2020 combinando informações epidemiológicas, sociodemográficas e clínicas dos pacientes. O diferencial do estudo foi utilizar uma grande amostra de indivíduos, incluindo casos leves e graves de covid-19.
Como novidade, a pesquisa mostrou que a idade média dos casos graves foi inferior a 50 anos, o que sugere um envelhecimento precoce em indivíduos que vivem com HIV. Entre a população geral, o alto risco de complicações para covid-19 foi registrado após os 60 anos de idade. Além disso, a elevada prevalência de casos graves entre indivíduos de etnias não brancas e de menor escolaridade ressaltou desigualdades sociais e raciais que podem agravar a covid-19 nesses grupos, avalia Flávia Alvarenga, uma das autoras do artigo e pesquisadora da USP.
Fonte: Agência Bori
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