Aspectos econômicos e sociais facilitam o acesso ao diagnóstico do autismo
Fatores socioeconômicos e demográficos, como raça e idade da mãe, e tipo de cuidado recebido durante a gestação são determinantes para o diagnóstico do transtorno do espectro autista em crianças e adolescentes. As conclusões são de uma pesquisa da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Os dados podem ajudar na criação de políticas públicas de acesso ao tratamento e diagnóstico do autismo em crianças.
Os resultados da pesquisa sugerem que pode estar havendo um subdiagnóstico de autismo em crianças assistidas pelo sistema público de saúde.
O estudo foi realizado na cidade mineira de Montes Claros (MG) e envolveu 1134 crianças e adolescentes de dois a 15 anos atendidas pela Associação Norte Mineira de Apoio ao Autista (ANDA) e por oito clínicas privadas e públicas – 248 diagnosticadas com autismo e 886 fora do espectro. No grupo das crianças com o transtorno, 66 mães se autodeclararam brancas e 182 não brancas. Os pesquisadores coletaram dados em entrevistas com as mães e documentos oficiais e usaram testes estatísticos para traçar um perfil socioeconômico e demográfico do transtorno do espectro autista nesta população.
Características maternas, como idade e raça, e tipo de cuidado recebido durante a gestação foram apontadas como cruciais no diagnóstico do autismo nessa faixa etária. Mães brancas tiveram 49% mais chance de terem filhos diagnosticados dentro do espectro em comparação com outras raças. Crianças que receberam cuidados pré-natais em clínicas e hospitais privados ou filhos de mães com mais de 25 anos tiveram o dobro de chance de serem diagnosticadas com o transtorno do espectro autista.
Fonte: Agência Bori