Mortalidade após AVC é alta em pacientes com comorbidades que não fazem fono e fisioterapia
O acidente vascular cerebral (AVC) acontece quando há problemas nos vasos sanguíneos que alteram o fluxo de sangue no cérebro, o que causa a morte de células do sistema nervoso na região afetada. Classificado como acidente vascular isquêmico (vasos cerebrais entupidos) ou acidente vascular hemorrágico (rompimento dos vasos), o AVC é uma das doenças que mais matam no País, além de ser a principal patologia que causa incapacidade funcional (desempenho físico prejudicado) e cognitiva (comprometimento das funções encefálicas) no mundo. Segundo dados do Portal da Transparência do Centro de Registro Civil, em 2023, até novembro, foram registrados mais de 98 mil óbitos por AVC no Brasil.
Apesar dos números elevados de mortes e da grande prevalência na população brasileira, o AVC ainda é considerado uma doença negligenciada, e poucos estudos longitudinais de longo prazo investigaram seus fatores de risco durante um grande período.
Pesquisadores da USP publicaram artigo com os resultados de um estudo derivado de 12 anos de acompanhamento de pacientes que sofreram AVC e procuraram o primeiro atendimento no Hospital Universitário (HU) da USP.
“A mortalidade é muito alta nas pessoas com comorbidades que não fazem reabilitação de fono e fisioterapia. Porque há um risco maior de broncoaspiração e de morrer de complicações infecciosas, como pneumonia aspirativa, por exemplo. Além do uso de medicações e a presença de comorbidades, o que realmente chamou atenção foi a questão da pessoa ainda se manter sequelada pós-AVC, com a incapacidade no mínimo moderada a grave de ter uma pior sobrevida em longo prazo”,
Alessandra Carvalho Goulart, professora da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP e médica pesquisadora do Centro de Pesquisa Clínica e Epidemiológica da USP.
Fonte: Jornal da USP
Uma matéria de: Julia Custódio
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