Mulheres pretas têm duas vezes mais risco de morrer durante ou após o parto que pardas e brancas
A vulnerabilidade que mulheres pretas experenciam ao longo da vida se reflete, também, na saúde materna. Um estudo mostra que esse grupo tem quase duas vezes mais risco de morrer durante o parto ou no período do puerpério que mulheres pardas e brancas. A constatação está em artigo de pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), publicado na “Revista de Saúde Pública”.
A pesquisa procurou investigar a taxa de mortalidade materna segundo a cor da pele de 2017 a 2022, comparando as taxas de mulheres negras, pardas e brancas. Além do recorte racial, a análise considerou a região onde a morte ocorreu, a faixa etária e se a morte ocorreu no período antes ou durante a pandemia. Os dados foram coletados da base DataSUS, do Ministério da Saúde, e as categorias de raça seguiram a classificação do Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A taxa de mortalidade materna mede as mortes ocorridas em decorrência da gravidez, durante o parto ou no pós-parto. De 2017 a 2022, esse índice foi de 67 mortes por 100 mil nascidos vivos. Entre as mulheres pretas, o índice chegou a 125,8 mortes por 100 mil nascidos vivos – muito superior ao de mulheres brancas e pardas, que contabilizaram 64 mortes a cada 100 mil nascidos vivos. Essa tendência também se manteve durante a pandemia.
“O achado mais surpreendente foi que as mulheres pretas têm maior risco de morte quando comparadas, também, às mulheres pardas”
José Paulo Siqueira Guida, pesquisador e coautor do estudo, da Unicamp
Fonte: Agência Bori
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