Mulheres têm maior risco de recorrência de AVC associado à Doença de Chagas
O gênero pode ser um dos fatores de risco para a recorrência de Acidente Vascular Cerebral (AVC) em pacientes com Doença de Chagas. Além dele, idade, uso de anticoagulantes e cardiopatias estão entre os fatores que podem influenciar a relação entre as duas condições médicas. As informações refletem análises feitas ao longo de oito anos por pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) e instituições parceiras, publicadas na última semana na revista científica “Cerebrovascular Diseases”, da editora Karger.
O grupo analisou exames e históricos médicos de 499 pacientes com mais de 18 anos de janeiro de 2009 a dezembro de 2016 para entender e descrever a ligação entre a infecção pelo parasita Trypanosoma cruzi, causador da Doença de Chagas, e o AVC isquêmico com causa cardioembólica. Esse tipo de AVC acontece quando um coágulo de sangue parte do coração e bloqueia uma artéria cerebral. Os pacientes observados tinham as duas condições.
Ao analisar o histórico clínico dos pacientes, os pesquisadores verificaram que as mulheres tiveram 83% mais chance de ter recorrência do AVC, ou seja, mais de um acidente do tipo. “Essa associação pode ser devido ao maior risco cardiovascular que as mulheres têm em comparação com os homens”, destaca o Vinicius Vian Abreu Montanaro, autor do estudo e pesquisador da UFF. O autor ainda também acrescenta a possibilidade de que reposições hormonais e contraceptivos possam aumentar o risco de eventos isquêmicos (é quando uma artéria cerebral entope ou se rompe e há um déficit neurológico decorrente desse entupimento ou hemorragia).
Fonte: Agência Bori
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