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Novos padrões climáticos impõem revisão de normas para fortalecer infraestrutura

As cenas registradas e algumas transmitidas em tempo real de pontes e estradas cedendo à força da correnteza no Rio Grande do Sul são a parte mais visível dos danos à infraestrutura causadas por eventos extremos. Os novos padrões climáticos têm imposto necessidade de adaptação do setor e de rever normas, padrões e incorporar a perspectiva climática para tornar a infraestrutura mais resiliente.

“Não falamos somente de chuva, estamos vivenciando ondas de calor com maior frequência”

Andréa Souza Santos, pesquisadora do Programa de Engenharia de Transportes da COPPE da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Santos é ponto focal indicado pela Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas (Rede Clima) para apoiar a construção do plano de adaptação do setor de transportes do Plano Clima e lembra que, em nível global, por muitos anos a agenda de adaptação foi colocada em segundo plano.

“Sempre havia aquele olhar de futuro. Porque se pensava que conseguiríamos avançar na agenda de mitigação, o que não aconteceu. A mudança climática prosseguiu. A gente caminha para os cenários mais pessimistas. Vimos que não tem como fugir, precisa adaptar”

Andréa Souza Santos, pesquisadora do Programa de Engenharia de Transportes da COPPE da Universidade Federal do Rio de Janeiro

De acordo com a pesquisadora, as estradas e rodovias atuais foram projetadas a partir de padrões climáticos das décadas passadas. Mas os sucessivos recordes de temperatura, a intensidade e frequência de ondas de calor e enchentes indicam necessidade de mudança no planejamento e na execução. “Tem que rever normas, padrões de construção, código de obras, construção de edifícios, rodovias e pontes. Rever os parâmetros climáticos, volume de chuva esperado, considerar períodos de influência do El Niño – que exacerba os novos padrões, altas temperaturas”, analisa a pesquisadora.

Para Santos, o primeiro passo é desenvolver um planejamento estratégico robusto. Canalizar financiamentos, investir em estudos técnicos baseados na melhor ciência disponível, adotar técnicas de engenharia, novos materiais e estratégias que podem ser de fato utilizadas, implementadas para ajudar a reduzir risco de inundação e deslizamento.

Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

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