Pesquisadores da Fiocruz desenvolvem software para prevenção do câncer do colo do útero
Desenvolvida na Fiocruz, a plataforma O Jordana foi oficializada pelo Ministério da Saúde como ferramenta digital do SUS para estruturar a Estratégia Nacional de Prevenção do Câncer do Colo do Útero. O anúncio, feito no Recife pelo ministro Alexandre Padilha, marcou a consolidação de uma tecnologia 100% nacional que conecta ciência, inovação e cuidado humano.
O software O Jordana nasceu no Laboratório de Redes Integradas e Inteligentes de Saúde (LARIISA) da Fiocruz Ceará, sob a liderança do professor Luiz Odorico Monteiro de Andrade. A plataforma foi concebida após um chamado da Secretaria de Saúde de Pernambuco para reestruturar a linha de cuidado do câncer do colo do útero com apoio da tecnologia digital. A pesquisadora Rebecca Theophilo, doutoranda em Saúde Digital, lidera os processos de planejamento, monitoramento, desenvolvimento e implantação do software, realizando a gestão da equipe técnica, dos stakeholders e dos usuários finais, traduzindo a ciência em uma ferramenta prática, pensada para a realidade das mulheres atendidas pelo SUS.
“A chamada de Pernambuco foi decisiva para unir ciência, inovação e política pública em torno de um objetivo comum: salvar vidas”, recorda Odorico. A partir dali a Fiocruz Ceará consolidou-se como protagonista de um ecossistema colaborativo que integrou universidades, laboratórios e organismos internacionais em torno de um mesmo objetivo: eliminar o câncer do colo do útero como problema de saúde pública.
IMPACTO DIRETO NA VIDA DAS MULHERES
Mais do que tecnologia, O Jordana representa impacto social concreto. Integrada a sistemas como e-SUS AB, CNES e GAL, a plataforma organiza dados, envia convites para exames e orienta a periodicidade com base no histórico clínico. Isso significa que uma mulher com dois exames negativos só será chamada após cinco anos, evitando tanto perdas de seguimento quanto sobrecarga desnecessária. Em municípios que participaram da fase piloto em Pernambuco, estudos apontaram um aumento de até 30% na adesão ao rastreamento e uma queda significativa nas perdas de seguimento.
“O Brasil é capaz de produzir inovação 100% nacional. É tecnologia que conecta inteligência digital e cuidado humano, garantindo que cada mulher tenha acesso ao rastreamento e ao tratamento em tempo oportuno”
Alexandre Padilha, ministro da saúde do Brasil
Com a plataforma, o país se aproxima das metas globais da OMS, que preveem a eliminação do câncer do colo do útero como problema de saúde pública até 2030. Para a sociedade, isso significa menos mortes, mais diagnósticos precoces, redução de custos com tratamentos tardios e um SUS mais eficiente e integrado.
Fonte: Agência Fiocruz de Notícias
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