Pesquisadores da UFC aliam nanotecnologia à criação de fórmula para tratamento da leishmaniose
Uma equipe de pesquisadores do Departamento de Química Orgânica e Inorgânica da Universidade Federal do Ceará tem investigado o uso de nanotecnologia para o combate a uma das zoonoses mais preocupantes do estado: a leishmaniose. Os cientistas desenvolveram uma formulação com nanopartículas contendo uma substância da classe dos nitrosilo complexos de rutênio, que pode potencializar o tratamento da doença, resultando em menos efeitos colaterais nos pacientes.
Popularmente conhecida como calazar, a leishmaniose é uma infecção causada por protozoários do gênero Leishmania. A transmissão ocorre através da picada de insetos hematófagos conhecidos como flebótomos ou mosquitos-palha. A doença se apresenta em dois tipos: tegumentar, que provoca feridas na pele e mucosas; e a visceral, que atinge órgãos internos como fígado, baço e medula óssea. Além de serem poucos, os tratamentos atuais disponíveis contra a patologia possuem limitações como toxicidade cardíaca e hepática, bem como são contraindicados a mulheres grávidas, lactantes, e pacientes com insuficiência renal ou hepática grave.
Com base em estudos anteriores que mostraram a eficácia, em modelos animais, do complexo de rutênio contra o protozoário da leishmaniose, a equipe da UFC elaborou uma fórmula com menor capacidade de gerar reações adversas e com potencial para uso oral e tópico (na pele).
“A principal inovação de nossa nanoformulação é proporcionar uma alternativa terapêutica com menor toxicidade, maior versatilidade e liberação lenta do princípio ativo, permitindo intervalos maiores entre as doses. Em nossos estudos preliminares, o complexo de rutênio não demonstrou toxicidade, e, atualmente, estamos avaliando com nossos colaboradores científicos seu impacto nas funções hepática, cardíaca e renal para atestar sua segurança”
Eduardo Sousa, professor que assina como inventor principal da patente
Fonte: Agência UFC
Uma matéria de: Cristiane Pimentel
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