Plástico em áreas costeiras e estuários ameaça vida de peixes-bois-marinhos no Brasil
Resíduos sólidos, especialmente plásticos, estão presentes em áreas habitadas pelo peixe-boi-marinho, mamífero aquático ameaçado de extinção no Brasil. O plástico é perigoso para os animais, com registros de óbitos por ingestão acidental. As conclusões são de uma pesquisa da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), da Fundação Mamíferos Aquáticos (FMA) e do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, publicada na sexta (15) na revista “Anais da Academia Brasileira de Ciências”.
Entre 2017 e 2019, os pesquisadores avaliaram, em uma área total de 82 mil metros quadrados, características de áreas habitadas por seis peixes-bois-marinhos nos estados da Paraíba, Sergipe e na Bahia. Os animais foram soltos nos estados da Paraíba e Alagoas, com espécimes se deslocando e utilizando os estados de Sergipe e Bahia. A iniciativa faz parte da estratégia de conservação do animal, na tentativa de restabelecer a espécie em parte de sua distribuição geográfica original, da qual foi extirpada, bem como aumentar o tamanho das populações remanescentes. O estudo possibilita definir áreas prioritárias para a espécie, incluindo as preferidas para soltura de animais reabilitados após encalhe.
“A presença de resíduos em áreas usadas pelos animais é sempre muito preocupante porque, dependendo do tipo de resíduo, tamanho e textura, os animais podem ingerir estes materiais, principalmente os plásticos”
João Carlos Gomes Borges, coautor do estudo
Para Borges, é fundamental que todos possam se conectar com a natureza de maneira segura. É preciso respeitar o hábitat das espécies, reforçando que as regras são fundamentais para que as espécies estejam conservadas. “Recomendamos o estabelecimento de critérios e regramentos para a navegação náutica, principalmente nessas áreas utilizadas por peixes-bois, para minimizar os riscos de colisão envolvendo essas embarcações”, conclui o pesquisador.
Fonte: Agência Bori
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