Prematuros têm maior probabilidade de ganhar peso se posicionados em redes de dormir durante internação, confirma estudo
Bebês prematuros que nascem com pouco peso correm um risco até dez vezes maior de complicações e de mortalidade logo após o nascimento, comparados àqueles que nascem com peso normal, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Ajudá-los a ganhar peso nesse período, portanto, é um grande desafio para os profissionais de saúde. E uma prática já usada com esse intuito em alguns hospitais do Nordeste teve sua eficácia confirmada por um estudo da Universidade Federal do Ceará: a técnica de deixar os bebês descansando em redes durante a internação.
Recém-nascidos prematuros e de baixo peso são aqueles com idade gestacional menor que 37 semanas e com peso inferior a 2.500 gramas, condições frequentemente associadas. O baixo peso implica em uma série de morbidades aos prematuros, como o desconforto respiratório devido à imaturidade do pulmão, defeitos na formação do coração, sangramento no cérebro, paralisia cerebral, atraso no desenvolvimento, infecções devido à imaturidade do sistema imunológico, entre outros. Bebês em incubadoras são submetidos a uma série de técnicas que buscam elevar seu peso no intuito de reverter essas complicações.
De acordo com os pesquisadores do Curso de Medicina de Sobral, que empreenderam a investigação, o tempo de sono e sua qualidade são fatores importantes para que haja aumento de ganho de peso e de crescimento de bebês prematuros. Na busca por novos métodos para elevar esse peso em prematuros internados, eles observaram que a rede de dormir usada em casa induzia o sono e o relaxamento com mais rapidez, e decidiram estudar o uso do utensílio dentro do ambiente hospitalar.

Eles acompanharam recém-nascidos prematuros no Hospital Santa Casa de Misericórdia, em Sobral, de julho de 2022 a outubro de 2023. Foram analisados 60 bebês, divididos em quatro grupos de 15, nos quais procedimentos diferentes foram aplicados. Em um dos grupos, os prematuros foram submetidos ao posicionamento de rede e, em outro, foi aplicada a técnica da hidroterapia. No terceiro grupo, foram combinados esses dois métodos e, no quarto, os recém-nascidos tiveram cuidados das equipes profissionais de plantão, sem receber terapias complementares.
Os resultados do experimento mostraram que o posicionamento de rede foi a técnica que garantiu, de forma isolada ou em associação à hidroterapia, os melhores resultados no ganho de peso dos bebês. O uso de alternativas farmacológicas é prevalente nas maternidades, mas as conclusões do estudo trazem perspectivas promissoras, com técnicas que são seguras, simples e economicamente baratas, comparadas a outras terapias para ganho de peso.
Fonte: Agência UFC
Uma matéria de: Sérgio de Sousa