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Quatro entre dez pacientes mortos por Covid-19 tinham comorbidades

Doenças como hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e obesidade, denominadas doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), elevam o risco de evoluções graves e mortalidade por doenças respiratórias agudas graves, como é o caso da Covid-19. Para os homens e idosos, os índices são ainda maiores. No geral, quase quatro entre dez pacientes atendidos em serviços de saúde de todo o país nos anos de 2020 a 2022, que morreram por conta da evolução da Covid-19, tinham ao menos uma comorbidade. Os resultados estão reunidos em um estudo publicado na Revista Frontiers.

A pesquisa buscou analisar a associação dos efeitos provocados pelas síndromes respiratórias agudas graves em pessoas com DCNT e a taxa de mortalidade naquelas que receberam atendimento clínico em mais de 21 mil pacientes de 6.723 serviços de saúde ao redor do Brasil na pandemia (2020 a 2022). O grupo amostral possuía homens e mulheres de diferentes faixas etárias, que receberam atendimento clínico e possuíam, pelo menos, uma comorbidade. A pesquisa destacou que metade (48.4%) dos pacientes analisados com apenas uma comorbidade evoluíram para recuperação, enquanto 20,5% evoluíram para óbito. As comorbidades isoladas com maior impacto nos desfechos de morte foram diabetes, seguida de obesidade e hipertensão.

Segundo o pesquisador José Cláudio Garcia Lira Neto, o estudo surgiu da rotina de trabalho com pessoas com condições crônicas como diabetes, hipertensão e obesidade. “Essas são enfermidades que demandam de um gerenciamento longo e contínuo, envolvendo mudanças no comportamento, que muitas vezes são difíceis e negligenciadas. Durante a pandemia, no entanto, além dos desafios no autocuidado por conta dessas doenças, as pessoas ainda tinham que estar atentas à infecção da Covid-19”, conta José Claúdio. A observação do aumento de casos resultando em morte permitiu aos pesquisadores refletirem sobre a presença das DCNT como agravante nos casos de Covid-19 e demais síndromes respiratórias graves.

Fonte: Agência Bori

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