Resultados de pesquisas da UFC em Crateús alertam para contaminação por agrotóxicos de peixes no rio Poti
O Campus de Crateús da Universidade Federal do Ceará (UFC), em parceria com o Laboratório de Avaliação de Contaminantes Orgânicos (Lacor) do Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da UFC, divulga resultados de estudos que identificam a presença de agrotóxicos nos peixes coletados no rio Poti, nos distritos de Ibiapaba e Oiticica, em Crateús.

As pesquisas na região foram iniciadas em agosto de 2024, após moradores do distrito de Ibiapaba encontrarem peixes com alterações nos olhos. Os primeiros resultados foram apresentados em abril de 2025 no trabalho de conclusão de curso da aluna Ana Clara Rosendo Sousa, no curso de Engenharia Ambiental e Sanitária do Campus da UFC em Crateús, com orientação da professora Janaina Lopes Leitinho, coordenadora do Núcleo Integrado de Pesquisa e Inovação (Nipi) do Campus de Crateús, e coorientação do professor Rivelino Cavalcante (Labomar/UFC).
A pesquisa comparou os níveis de contaminação por agrotóxicos em peixes coletados dentro e fora da Área de Proteção Ambiental (APA) do Boqueirão do Poti, e investigou riscos à saúde dos ribeirinhos associado ao consumo dessas espécies. A área de Ibiapaba, com intensa atividade agrícola, apresentou as maiores concentrações de contaminantes nos peixes analisados.
Foram coletados 47 exemplares de peixes no rio Poti, abrangendo diferentes espécies representativas da fauna local. De cada peixe, foi retirado o tecido muscular, escolhido por ser a parte mais consumida pelos seres humanos e, consequentemente, a principal via de exposição a possíveis contaminantes. No distrito de Ibiapaba, localizado fora da APA, as espécies de peixes mais contaminadas foram curimatã e bodó, ambas associadas a hábitos alimentares próximos à várzea do rio. Em Oiticica, que fica dentro da APA Buqueirão, a contaminação foi identificada em algumas espécies, como tucunaré, piranha e bodó.
“O enfrentamento da seca pelos sertanejos, na busca pelo alimento, associado aos desafios do controle de pragas na agricultura induz o uso de pesticidas e o plantio cada vez mais próximo às margens do rio Poti, o que facilita o transporte desses contaminantes para o leito do rio afetando a vida aquática, em especial, os peixes”, alerta a pesquisadora.
Fonte: Portal da UFC
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