Tecnologias nacionais para reutilizar água e revestir fruta podem impulsionar agricultura familiar no semiárido
O reúso das chamadas “águas cinzas” e a utilização de biofilme para revestir alimentos com base em tecnologias brasileiras podem solucionar dois grandes desafios da agricultura familiar no semiárido: a falta de recursos hídricos nas plantações e a perda de frutas e verduras depois da colheita.
Para enfrentar a falta de recursos hídricos do semiárido, foram mapeadas 23 tecnologias de reuso de água cinza — água residual doméstica, por exemplo, das pias de cozinha –, com potencial de solução na agricultura familiar do semiárido. Tiveram destaque o sistema de Bioágua Familiar (formado por componentes como filtro biológico, tanque de reuso e sistema de irrigação) e de Reúso de Águas Cinzas (com caixa de gordura, filtro físico e tanque de reúso).
Já para o enfrentamento da perda pós-colheita foram mapeadas seis tecnologias, como radiação de frutas e refrigeração — ambas de alto custo. Aqui, destacou-se, então, o desenvolvimento de revestimentos ativos baseados em biopolímeros (plásticos produzidos a partir de matérias-primas de fontes renováveis, como por exemplo, milho, cana de açúcar, etc) para as frutas, com fácil aplicação, baixo custo e flexibilidade para uso em diferentes cultivares. São uma espécie de cobertura biodegradável, que pode estender a vida útil das frutas, reduzindo significativamente as perdas pós-colheita.
Os autores do relatório acreditam que a ciência brasileira tem potencial de instigar práticas que vão aperfeiçoar a geração de renda de pequenos agricultores, com impactos na segurança alimentar de todo o país. Dessa forma, é necessário promover transformações nos sistemas agroalimentares que gerem segurança alimentar e nutricional para toda a população, conservem os diferentes ecossistemas e garantam renda para milhões de pessoas, especialmente as mais vulneráveis.
Fonte: Agência Bori