Vômito de dinossauro revela nova espécie de pterossauro do Brasil
Há cerca de 110 milhões de anos, a indigesta refeição de um dinossauro acabou por fazê-lo regurgitar quatro peixes e dois pterossauros. O “vômito” encontrou condições especiais de preservação e se fossilizou, conservando os restos mortais de uma espécie de réptil voador pré-histórico totalmente desconhecida.
O vômito petrificado – no “cientifiquês”, um regurgitólito – foi analisado por pesquisadores brasileiros da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), da Universidade Regional do Cariri (Urca) e do Museu de Zoologia (MZ) da USP, que descobriram se tratar do primeiro pterossauro filtrador descrito nos trópicos e o primeiro do tipo encontrado no Brasil.

Também é a primeira vez que um animal é descrito baseado em um regurgito fóssil. O pterossauro foi batizado de Bakiribu waridza, nome que presta homenagem à nação indígena Kariri, originária da região da Chapada do Araripe, onde o fóssil foi coletado décadas atrás. Bakiribu significa “pente” e waridza, “boca”, em referência à mandíbula alongada que abrigava centenas de longos e finos dentes do animal, usada para filtrar seu alimento como fazem as baleias e flamingos modernos. De acordo com os pesquisadores, o pterossauro provavelmente utilizava o bico para “peneirar” organismos aquáticos, como pequenos crustáceos.
“O regurgito pertenceu a um animal predador, muito provavelmente um vertebrado de grande porte. No conteúdo desse regurgito fossilizado encontramos quatro peixes e, de maneira totalmente inesperada, os restos de dois pterossauros pertencentes a uma espécie até então desconhecida para a ciência”
Aline Ghilardi, paleontóloga coautora do artigo
Fonte: Jornal da USP
Uma matéria de: Tabita Said
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